Quando as tempestades da vida nos atacam, ou quando perdemos alguém que amamos,
muitos nos desesperamos.
A
vida parece sem sentido, e o stress, a depressão e o desânimo apenas pintam um
quadro ainda mais sombrio quanto ao futuro.
Nestas
horas, faremos bem em ouvir as palavras de Nosso Mestre.
“Dizei
a Seus discípulos, e a Pedro”, disseram os anjos.
Desde
a morte de Cristo, Pedro se achava sucumbido pelo remorso.
A
vergonhosa negação de seu Senhor, e o olhar de amor e de angústia do Salvador
achavam-se sempre diante dele. De todos os discípulos, foi o que mais sofreu.
A
Pedro é dada a certeza de que seu arrependimento foi aceito e fora perdoado.
É
mencionado pelo nome. “Dizei a Seus discípulos, e a PEDRO, que Ele vai adiante
de vós para a Galiléia; ali O vereis”. Marcos 16:7.
Todos
os discípulos haviam abandonado a Jesus, e o chamado para se encontrarem com
Ele outra vez inclui a todos.
Ele
não rejeitou nenhum deles. Quando Maria Madalena lhes disse que viu o Senhor,
repetiu o convite para o encontro na Galiléia. E pela terceira vez foi enviada
a mensagem.
Depois
de ter subido ao Pai, Jesus apareceu às mulheres, dizendo: “Eu vos saúdo.
E
elas, chegando, abraçaram os Seus pés, e O adoraram.
Então
Jesus lhes disse: Não temais; ide dizer a Meus irmãos que vão a Galiléia, e lá
Me verão”. Mateus 28:10.
A
primeira obra de Cristo na Terra, depois de Sua ressurreição, foi convencer os
discípulos de Seu inalterável amor e terna solicitude para com eles.
Para
dar testemunho de que era seu Salvador vivo, de que quebrou as cadeias do
túmulo, e não mais podia ser retido pela morte; para revelar que tinha o mesmo
coração de amor de quando andava com eles, apareceu a eles por várias vezes.
Queria
estreitar ainda mais em torno deles os laços de amor. Ide, dizei a Meus irmãos,
que Me encontrem na Galiléia.
Ao
ouvirem essa combinação, feita de maneira tão positiva, os discípulos começaram
a pensar nas palavras de Cristo, predizendo Sua ressurreição.
Mesmo
então, no entanto, não se alegraram.
Não
podiam expulsar de si as dúvidas e perplexidades.
Mesmo
quando as mulheres declararam ter visto o Senhor, não queriam crer.
Na
sexta-feira tinham presenciado a morte do Mestre; no domingo seguinte, foram
privados de Seu corpo, e eram acusados de o ter roubado para enganar o povo.
Se
desesperavam tentando desfazer as falsas impressões contra eles.
Tinham
medo da inimizade dos sacerdotes e a raiva do povo.
Queriam
a presença de Jesus, que os ajudou sempre em toda perplexidade.
Repetiam
muitas vezes as palavras: “E nós esperávamos que fosse Ele o que remisse
Israel”. Lucas 24:21.
Sentindo-se
sós e tão cheios de dor, lembraram as Suas palavras: “Se ao madeiro verde fazem
isto, que se fará ao seco?” Lucas 23:31.
Reuniram-se
no cenáculo e fecharam as portas com segurança, sabendo que a sorte de seu
amado Mestre poderia a qualquer momento ser a deles mesmos.
E
todo esse tempo poderiam estar alegrando-se na certeza de um Salvador
ressuscitado!
No
horto, Maria ficou chorando, quando Jesus estava ao seu lado. Tão cega tinha os
olhos pelas lágrimas, que não o reconheceu.
E
o coração dos discípulos estava tão cheio de pesar que não acreditaram na
mensagem do anjo, nem nas palavras do próprio Cristo.
Quantos
estão fazendo hoje o mesmo que esses discípulos!
Quantos
fazem eco do desalentado lamento de Maria: “Levaram o Senhor, [...] e não
sabemos onde O puseram!” A quantos se poderiam dirigir as palavras do Senhor:
“Por que choras? Quem buscas?” João 20:13, 15.
Ele
está tão próximo de nós, mas nossos olhos cegados pelo choro não o notam.
Fala
conosco mas não entendemos.
“Ide
pois, imediatamente, e dizei aos Seus discípulos que já ressuscitou”. Mat 28:7.
Como
servos de Deus, convidemos as pessoas a olhar, não ao sepulcro de José, fechado
com uma grande pedra, e selado com o selo romano.
Cristo
não está ali. Não olhem ao sepulcro vazio. Não se lamentem como os que se acham
sem esperança e desamparados.
Jesus
vive, e porque Ele vive, nós também viveremos. De corações gratos, de lábios
tocados pelo fogo sagrado, soe de nós o alegre cântico: Cristo ressurgiu!
Ele
vive para fazer intercessão por nós.
Nos
apeguemos a essa esperança, e ela irá nos firmar a alma como uma âncora segura
e provada. Crede, e vereis a glória de Deus.